domingo, 27 de fevereiro de 2022

Invasão da Ucrânia: Além do bloqueio econômico, EUA planeja “afetar” sistemas de internet da Rússia

  

A invasão da Rússia na Ucrânia nesta quinta-feira (24) levou o governo dos Estados Unidos a aplicar sanções financeiras e comerciais ao país governado por Vladimir Putin. Agora, o presidente Joe Biden está em alerta máximo para a possibilidade dos ataques russos se moverem para o ciberespaço e planeja retaliações. O ataque russo na Ucrânia tem impacto significativo no mundo da tecnologia. O mercado de criptomoedas despencou, a fabricação de chips deve ser negativamente afetada e o preço do petróleo subiu.

 

A Ucrânia já enfrentou vários ataques cibernéticos desde o início do conflito com a Rússia, incluindo um na quarta-feira (23) que teve como alvo sites de vários bancos e páginas governamentais. A Rússia tem fama de ser capaz de causar danos cibernéticos significativos. O país foi repetidamente acusado de infiltrações nas campanhas de desinformação online direcionadas aos Estados Unidos, incluindo esforços para interferir nas eleições norte-americanas.

 

 

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Alguns dos maiores ataques cibernéticos contra a infraestrutura dos EUA nos últimos dois anos foram ligados a supostos hackers russos, segundo relatório da CNN. A lista inclui o hack da SolarWinds, que forçou o fechamento de um dos maiores oleodutos de combustível da América por vários dias, e o ataque a um dos maiores produtores de carne do mundo, a JBS. Na terça-feira (23), um alto funcionário cibernético do FBI alertou empresas e governos locais dos EUA que deveriam estar vigilantes contra possíveis ataques de ransomware, poucos dias depois de grandes bancos norte-americanos receberem aviso similar.

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Biden recebeu um menu de opções para os EUA realizarem ciberataques massivos com o intuito de interromper as operações russas militares na Ucrânia. Até o momento nenhuma decisão final foi tomada, mas a inteligência norte-americana e os ciberguerreiros militares dos EUA estão propondo o uso de armas cibernéticas em uma escala nunca antes contemplada. Entre as opções de ataques estão a interrupção da conectividade de Internet e da energia elétrica em toda a Rússia. Além disso, interruptores ferroviários poderiam ser interceptados para dificultar a capacidade de reabastecimento das forças russas, fazendo com que trens diminuam de velocidade ou até mesmo saiam dos trilhos. Tudo isso à distância. Estes ataques cibernéticos devem fazer parte das respostas preventivas à invasão russa na Ucrânia, mesmo que a Rússia não entre em conflito contra os EUA em retaliação às sanções. Agências como a NSA (Agência Nacional de Segurança) e a CIA devem se envolver nas operações.

Confira vídeos dos ataques da Rússia à Ucrânia | Jovem Pan

Fontes ligadas às discussões sobre o confronto disseram à NBC que a maioria dos possíveis ciberataques sendo levados em consideração são projetados para “interromper, e não destruir” – assim, o ato não constituiria uma declaração de guerra à Rússia. A ideia é prejudicar as redes, não as pessoas. Os EUA vêm preparando há anos o terreno para possíveis operações cibernéticas contra a Rússia, China e outros adversários, segundo especialistas. Exemplo disso foi o ataque norte-americano com o vírus Stuxnet ao programa nuclear iraniano de 2007 a 2010, que causou dano físico a centrífugas nucleares. De qualquer forma, os Estados Unidos não devem reconhecer publicamente a realização das operações cibernéticas contra a Rússia. Há uma divisão significativa dentro do governo norte-americano, com um lado temendo escalada do conflito para uma guerra e outro apoiando uma forte resposta através do ciberespaço. O conflito na Ucrânia deve se estender pelos próximos dias.

 

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