quinta-feira, 20 de abril de 2023

Polêmica: “Animal silvestre não é pet”, diz Ibama ao confirmar multa ao influenciador que criava capivara

  

Diante de toda a polêmica envolvendo o influenciador digital Agenor Tupinambá – que terá que entregar sua capivara Filó e pagar multas que somam mais de R$ 17 mil por suposta exploração de animais silvestres – o Radar Amazônico entrou em contato com o Ibama e solicitou um posicionamento do órgão, que vem sendo duramente criticados nas redes sociais. Ao Radar, o instituto revelou nesta quarta-feira (19) que um bicho-preguiça morreu sob os cuidados do tiktoker e que isso levou o órgão a tomar essa medida.

Na nota, o Ibama ressaltou que a legislação proíbe a criação irregular de animais silvestres. O órgão disse ainda, que mesmo agindo de boa fé, o ato de manter e alimentar um animal silvestre pode prejudicá-lo, pois reduz a capacidade do animal de sobreviver na natureza, além de potencializar a transmissão de doenças graves. O influenciador digital Agenor Tupinambá esteve na manhã de terça-feira (18) na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) onde participou de uma reunião com a deputada e protetora dos animais Joana Darc (União) que está dando suporte jurídico ao influenciador. Em entrevista à imprensa local, Agenor nega ter praticado maus-tratos contra seus animais.

 
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Com Informações do Vitória da Conquista Notícias

“Eu cresci no meio do mato e lá nasceu a minha paixão pelos animais. Eu só saio de lá para estudar agronomia na capital, curso que escolhi para poder servi-los ainda mais. De todas as surpresas que a fama na internet me trouxe, eu jamais imaginei que seria acusado de abuso, maus-tratos e exploração contra animais. Também fui acusado de matar um animal do qual todos são testemunhas que só dediquei amor e fiz tudo que podia para preservar sua vida”, disse.

Além de ter que pagar multas que somadas totalizam mais de R$ 17 mil reais, Agenor também deverá remover todo os vídeos e fotos dos animais divulgados em suas redes sociais, porque, segundo o IBAMA, esse conteúdo expõe os bichos e estimula a criação de animais silvestres, o que consequentemente acaba aquecendo o tráfico de animais. Leia a nota do Ibama:

Animal silvestre não é pet.

Por mais que algumas pessoas queiram cuidar de animais silvestres, quando os encontram na natureza, é necessário entender que eles não são animais domésticos, como cães e gatos. Capivara e bicho-preguiça são animais silvestres. Criar ou manter esses animais em casa é proibido pela legislação brasileira.Com base no Decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), o Ibama autuou nesta terça-feira (18/04) o influenciador digital Agenor Tupinambá por práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais. As multas aplicadas totalizam R$ 17.030,00.

O caso chegou ao conhecimento do Ibama, após a morte de um bicho-preguiça que o rapaz, morador da cidade de Autazes (Amazonas), criava em sua propriedade. No local os agentes encontraram um papagaio e uma capivara. Agenor não tinha autorização legal para manter os animais em sua posse. Agenor também recebeu duas notificações que determinam a retirada de conteúdo audiovisual alusivo à criação de animais silvestres em ambiente doméstico e a entrega do papagaio e da capivara ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Manaus. É importante salientar que além de ser crime manter animais silvestres irregularmente, a exposição de espécimes silvestres como pets em redes sociais, estimula a procura por esses animais, aquecendo o tráfico de espécies da fauna brasileira.

Por mais que se acredite estar ajudando um animal silvestre, dando comida e abrigo, é importante entender que essa atitude pode prejudicá-lo, pois reduz sua capacidade de sobrevivência na natureza. Animais silvestres também podem transmitir doenças graves para os humanos. Ao encontrar algum animal silvestre ferido, deve-se acionar o órgão público competente.

A legislação brasileira não admite a hipótese de regularizar junto aos órgãos ambientais um animal adquirido ou mantido sem autorização. Quem possui animal silvestre em situação irregular pode realizar entrega voluntária ao órgão ambiental competente para evitar penalidades previstas na legislação.

// Radar Amazônico.

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