quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Conquista: Câmara Municipal debate produção de mandioca em Audiência Pública

 

 

A Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) promoveu na tarde desta terça-feira, 16, uma audiência pública sobre a produção e venda de produtos derivados da mandioca no município. O debate proposto pelo mandato do vereador Subtenente Muniz reuniu, no Plenário Carmen Lúcia, representantes da cadeia produtiva da mandioca, secretários do Governo Municipal, além de comerciantes e os vereadores Edjaime Bibia (MDB), Chico Estrella (PTC) e Pastor Orlando Filho (PRTB).

 

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O vereador Subtenente Muniz iniciou o debate destacando a vocação do município e da região como grande produtor de mandioca do país. “Nós temos visto como tem crescido o plantio da mandioca em nossa região. Se estão plantando muito é porque tem pra quem vender”, afirmou o vereador, destacando os produtos que podem ser obtidos com a fécula de mandioca. Nesse sentido, o vereador cobrou uma junção de forças entre as secretarias que compõem o Governo Municipal para atender as demandas do pequeno produtor.

Mercado de compradores e consumidores – Durante a audiência, o gerente do Banco do Nordeste, Vani Elzi Nascimento, falou sobre a importância da mandioca, visto que existe um mercado de compradores, consumidores e a indústria do polvilho. Ao questionar a quantidade de matéria prima produzida na região, Nascimento disse: “por que estamos buscando insumos no Paraná, quando podemos produzir aqui?”, questionou. Segundo o gerente, apesar dessa dificuldade, o município de Conquista é uma referência e se percebe isso quando vai para Salvador e as pessoas falam e pedem os biscoitos conquistenses. Ao finalizar o discurso, ele disse que ainda há um grande campo para ser explorado com a produção de produtos derivados da mandioca no município.

A mandiocultura para Vitória da Conquista – O Chefe do Gabinete Civil de Vitória da Conquista, Lucas Dias, destacou a importância da discussão em torno do fortalecimento da cultura da mandioca para o município. “Esse tema é muito importante, especialmente, para o nosso município, visto que grande parte da nossa economia gira em torno da mandiocultura”. Ele reafirmou ainda o compromisso do Governo Municipal com os pequenos produtores, na garantia de uma logística que favoreça o escoamento dos produtos derivados da mandioca. “Estamos trabalhando para que a cidade avance cada dia mais e esse é o compromisso da nossa prefeita”, declarou.

Novos polos econômicos para Conquista – Enquanto representante do secretário de Desenvolvimento Econômico Marcos Ferreira, Paulo Williams parabenizou a iniciativa do vereador Subtenente Muniz (Avante) ao debater os produtos derivados da mandioca. Em seu discurso, falou da vocação de Vitória da Conquista com o uso da fécula e a cultura do biscoito. Williams também falou sobre a criação da sala da mulher empreendedora, a retomada da economia no pós-pandemia e alguns projetos que estão em andamento, como o polo têxtil, que pode gerar 52 mil empregos diretos e indiretos, com a ampliação da produção de algodão na região, e o polo moveleiro, através da produção de eucalipto. Além disso, parabenizou a dedicação da equipe da Fecularia Conquista e disse que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico está aberta para ajudar os produtores.

Garantia de políticas públicas como fomentadoras da mandiocultura – Representando o secretário municipal de Desenvolvimento Social, a coordenadora de Segurança Alimentar e Nutricional, Karine Barros, informou que a pasta está cumprindo rigorosamente com todos os itens cobrados no plano de segurança alimentar. Ela citou as três plataformas coordenadas por esse setor da secretaria: horta comunitária, Plano de Aquisição de Alimentos (PAA) e Restaurante Popular. Karine evidenciou o trabalho realizado por meio do Plano de Aquisição de Alimentos, ressaltando o papel social do programa no âmbito rural. “Temos hoje 365 produtores cadastrados, 17 entidades assistidas e 30 creches associadas ao PAA Bahia. São mais de 13 famílias atendidas”, revelou a coordenadora.

“A Fecularia está de braços abertos para ajudar os pequenos produtores” – Lucas Oliveira, representante da Fecularia Conquista, iniciou seu discurso dizendo sobre a alegria de levantar a bandeira da fecularia. Ao falar sobre as dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores, ele argumentou sobre a necessidade de incentivo para a área e ainda citou o apoio que o pai recebeu do Banco do Nordeste em 1998, para potencializar o negócio, também ligado à mandioca. Oliveira, que trabalha com a produção do polvilho, pautou a mecanização da mandioca, pois é necessário receber suporte, pois o setor está diminuindo. Ao falar sobre a fábrica de fécula, Lucas disse que a “Fecularia Conquista está beneficiando bastante os produtores, porque ela regulamenta o preço”, afirmou. Ao finalizar, disse que os novos polos citados são importantes, mas não enxerga que outro setor gere emprego e gire a economia como o da mandioca.

Valorização do pequeno produtor – As dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais de Vitória da Conquista e região foram destacadas por Zilmar Brito. “É preciso incentivos, capacitação e possibilidades para que esse produto passe a ter o valor que merece. O agricultor familiar precisa de um atendimento diferenciado por já estar cansado de tanto sofrimento”, disse. Ela finalizou seu pronunciamento cobrando mais valorização da mandioca e pediu aos órgãos fiscalizadores que criem uma política para que os pequenos produtores possam se regularizar.

Divisor de águas – O secretário Municipal de Agricultura, Murilo Mármore, trouxe uma discussão sobre como é fazer a agricultura sem água no município de Vitória da Conquista. Ao falar sobre as chuvas no Nordeste, o secretário afirmou que ao percorrer o interior da região, é possível ver muitos rios secos e milhares de litros de água indo embora porque não foram represadas. Ainda, agradeceu o apoio e incentivo recebidos do Banco do Nordeste, Senar, Coopmac e Banco do Brasil. Segundo Mármore, “Conquista tem o privilégio de ter diversos climas e solos, portanto, nós temos uma possibilidade de produzir vários produtos para a nossa população, podendo até exportar”. Ao dizer isso, o secretário apontou para a qualidade das universidades da cidade, com excelentes representações nas diversas áreas. Finalizando, ele falou sobre o projeto “Vamos Produzir” e como será um divisor de águas para Conquista.

Expansão da mandiocultura em Conquista – O coordenador da Subprefeitura de José Gonçalves, Deocleciano Filho, destacou a perspectiva de crescimento da cadeia produtiva da mandioca e a possibilidade de crescimento desta cultura em Vitória da Conquista. “A gente pode ver a fama de Vitória da Conquista em todo o Nordeste, graças ao empreendedorismo que registramos aqui. O que precisamos agora é continuar a fomentar essa produção, por meio de políticas públicas eficazes”, afirmou. CIano sugeriu maior estímulo à produção da mandiocultura na região de Itaipu, área do Distrito de José Gonçalves. “Já existem até estudos realizados pela Embrapa e a Uesb que tratam da mandiocultura naquela região”. Ele encerrou seu pronunciamento cobrando melhoramento das estradas vicinais para escoar toda a produção.

Falta reservatório de água – Em seu discurso, o coordenador da Subprefeitura Bate-pé, Edilson Gusmão, falou sobre a atual gestão, ao dar um tratamento especial para o homem do campo. Ele ainda criticou a falta de caminhão-pipa e o serviço oferecido pela Embasa e parafraseou o ex-prefeito Herzem Gusmão ao dizer que: “chove, chove muito, mas faltam vasilhas”. Segundo Gusmão, é necessário que haja investimento e incentivo para que o homem do campo permaneça no seu local de origem, principalmente para que os jovens não se debandem para caminhos errados. Ele também falou sobre uma reunião que irá acontecer no distrito de Bate-pé, para debater a regulamentação e melhorias para os produtores.

Produtores de várias localidades do município prestigiaram a audiência visando a importância do debate e com expectativa de bons resultados. Entre as reivindicações apresentadas, destacam-se o pedido por assessorias técnicas, financeiras e empresarial para os produtores.

Vereadores

Valorização da mandicultura – O vereador Orlando Filho (PRTB) destacou a capacidade produtiva da agricultura de Vitória da Conquista. “Precisamos valorizar a mandiocultura e saber que não somos somente a terra do café, mas também somos a terra do umbu, da mandioca e de tantas outras culturas”, afirmou o vereador. Orlando ainda defendeu a ampliação da adição da fécula de mandioca à farinha de trigo e a redução dos custos de produção. “Saímos daqui com a responsabilidade de valorização do homem do campo e da agricultura familiar”, declarou.

Manutenção das aguadas e açudes – O vereador Edjaime Bibia (MDB) falou sobre seu trabalho na agricultura e os aspectos econômicos na cadeia produtiva da mandioca. O vereador defendeu o debate como ferramenta para minimizar os prejuízos ocasionados ao produtor sem impactar o mercado consumidor. “O que temos para oferecer? Essas pessoas precisam de suporte técnico e equipamentos como tratores”, afirmou. O vereador cobrou do Poder Público a manutenção das aguadas e açudes, como forma de maximizar a produção agrícola. Por fim, falou sobre a produção de hortaliças na Lagoa das Flores e o impacto socioeconômico para aquela comunidade.

Consumo da mandioca e dos produtos derivados – Lider do Governo, o vereador Chico Estrella (PTC) falou da polêmica envolvendo a ex-presidente da República, Dilma Rousseff, que saldou a mandioca em um evento. Segundo o parlamentar, Rousseff foi muito criticada na época, mas hoje é possível entender o que ela quis dizer naquele momento. O parlamentar ainda pautou o consumo da mandioca e dos produtos derivados, trazendo um discurso sobre como a fécula da mandioca poderia substituir o trigo e como os produtores seriam mais valorizados. Trazendo a situação para Conquista, o vereador falou sobre a produção da fábrica de fécula, que produz somente 30% da capacidade, fazendo com que seja necessário comprar o produto do Paraná. Estrella também falou sobre a falta d’água em Conquista, porque “se tivéssemos água, muitos dos problemas seriam resolvidos”. Afirmou. Ainda segundo ele, também faltar uma organização de tempo do plantio em Conquista, orientação e assistência do governo, porque agora está chovendo e é hora de plantar”, Para finalizar, disse que se “se farofa fosse americana e o trigo importado, banquete de bacana seria farinhada”. // Ascom-CMVC.

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