O regime do Talibã no Afeganistão decapitou a jogadora de vôlei Mahjabin Hakimi porque ela se negou a seguir as regras do grupo extremista islâmico, informou nesta quinta-feira (21) o jornal “Persian Independent”. A morte ocorreu no começo deste mês, mas só foi revelada após uma entrevista de um dos técnicos da atleta, que jogava pela seleção júnior de vôlei feminino do Afeganistão e por um dos principais times da capital, Cabul.
Segundo o treinador, a família foi ameaçada por integrantes do Talibã. Ainda de acordo com o “Independent”, somente duas atletas conseguiram escapar do regime Talibã. Outras estão escondidas em outras partes do país. Ao site especializado em esportes insidethegames, a Federação Internacional de Voleibol (FIVB) disse que pediu “esclarecimento urgente” da situação das atletas da modalidade no Afeganistão, mas que vai manter o caso fora dos holofotes para preservar a integridade das jogadoras.
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Em agosto, as atletas da seleção afegã de futebol feminino e seus familiares deixaram o Afeganistão com apoio do governo da Austrália. Assim como as atletas do vôlei, algumas delas relataram viver escondidas com medo de represálias por conta de sua atividade profissional. Hakimi teve a cabeça arrancada pelos líderes extremistas por dois motivos: praticar esporte sem o hijab – véu que cobre a maior parte do rosto das mulheres – e ser Hazara – povo de origem mongol perseguido pelo Talibã.
No retorno ao poder, Talibã proibiu esporte feminino
As mulheres ficam proibidas de praticar esportes no Afeganistão, afirmou em agosto um dos líderes culturais do Talibã, Ahmadullah Wasiq, em uma entrevista a uma rede de TV da Austrália, a SBS. Segundo Wasiq, esporte feminino é algo inapropriado e desnecessário. Ele falou especificamente sobre o críquete, que é muito praticado naquela região da Ásia.
“Eu não acho que não será permitido às mulheres jogar críquete, porque não é necessário que as mulheres joguem críquete. No críquete, elas podem estar em situações em que o rosto e o corpo delas não estejam cobertos, e o Islã não permite que elas sejam vistas dessa forma”, afirmou ele. “Essa é a era da mídia, haverá fotos e vídeos [de mulheres praticando esportes], e as pessoas poderão assistir. O Islã e o Emirado Islâmico (a forma como o Talibã se refere ao próprio regime) não permitem que as mulheres joguem críquete ou os esportes em que elas ficam expostas”, afirmou ele, segundo o jornal “The Guardian”.
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