POLÍTICA
- O empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro, afirmou, em entrevista à Folha, que o filho do presidente Jair Bolsonaro soube com antecedência da deflagração da Operação Furna da Onça, que atingiu seu ex-funcionário, Fabrício Queiroz. Segundo ele, Flávio foi avisado da existência da ação entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era apoiador da candidatura de Jair Bolsonaro. Além disso, a PF teria segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a campanha de Bolsonaro. O delegado também teria aconselhado Flávio a demitir Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro quando ele era deputado federal, em Brasília. Os dois foram exonerados no dia 15 de outubro de 2018. Marinho considera que as conversas com Flávio Bolsonaro podem "explicar" o interesse de Bolsonaro em controlar a Superintendência da Polícia Federal no Rio. Por essa razão, Sergio Moro saiu do Ministério da Justiça. "O delegado falou: 'Vai ser deflagrada a Operação Furna da Onça, que vai atingir em cheio a Assembleia Legislativa do Rio. E essa operação vai alcançar algumas pessoas do gabinete do Flávio [o filho do presidente era deputado estadual na época]. Uma delas é o Queiroz e a outra é a filha do Queiroz [Nathalia], que trabalha no gabinete do Jair Bolsonaro [que ainda era deputado federal] em Brasília'. O delegado então disse, segundo eles: 'Eu sugiro que vocês tomem providências. Eu sou eleitor, adepto, simpatizante da campanha [de Jair Bolsonaro], e nós vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, durante o segundo turno, porque isso pode atrapalhar o resultado da eleição [presidencial]'. (...) Ele [Flávio] comunicou ao pai [Jair Bolsonaro] o episódio e o pai pediu que demitisse o Queiroz naquele mesmo dia e a filha do Queiroz também. E assim foi feito", relatou Paulo Marinho.
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