O veterinário relatou que cerca de 123 a 128 cães estão alojados no abrigo, oriundos das ruas, coletados no distrito de Maniaçu ou que foram abandonados por proprietários, principalmente aqueles doentes ou fêmeas gestantes.
Diante de denúncia de maus-tratos a animais no Canil Municipal de Caetité, publicada nas redes sociais no último domingo (01) por ativistas do Projeto Quem Ama Cuida, cuja nota dizia que “Os cachorros foram retirados das ruas da cidade, ante o aumento considerável e descontrolado da população canina, e ‘abrigados’ na nova instalação do canil municipal, na saída para Brumado, BR - 030, onde deveriam ser triados, tratados, alimentados, castrados e encaminhados para adoção responsável. Visitamos o local e nos deparamos com animais desnutridos, sem comida, amontoados num local pequeno, desesperados, todos misturados filhotes e adultos, vivos e mortos, desabrigados do sol e da chuva, cometendo canibalismo para sobreviverem, em nítida e grave situação de maus tratos. A solução para esse problema perpassa pela criação de um Abrigo para Cães e Gatos, com condições adequadas para cuidar desses animais”, a reportagem do Sudoeste Bahia realizou na manhã desta segunda-feira (02) uma visita ao local e conversou com o veterinário Paulo Victor, responsável pelo canil.
O veterinário relatou que cerca de 123 a 128 cães estão alojados no abrigo, oriundos das ruas, coletados no distrito de Maniaçu ou que foram abandonados por proprietários, principalmente aqueles doentes ou fêmeas gestantes. Explicou que todos os animais, ao chegarem no canil, passam por exames de leishmaniose, retirada de ectoparasitas, as fêmeas são encaminhadas a castração e outros processos de cuidados e tratamentos, para posterior adoção. Reforçou que sempre há ração e água a disposição dos animais e os citados com desnutrição são aqueles que estão doentes, que já chegaram ao canil desta forma, e estão em processo de recuperação. Citou, ainda, que as fotos veiculadas não mostram, mas existem no local cães nutridos, fortes, já em processo de adoção, e que não houve canibalismo no local. O fato retratado pelos ativistas foi, segundo o veterinário, de uma cadela tentando reanimar um filhote, que já estava morto. Reforçou, que o local não é tão pequeno, que há uma baia sendo reformada, mas há espaço aberto amplo e áreas com coberturas, áreas estas que irão ser adaptadas, principalmente para se adequar a demanda.
“O pessoal tem vontade e está querendo melhorar, mas parece que a população quer mesmo dar umas espetadas, pegando um dia atípico do canil e publicando. O trabalho que a gente faz, não é para qualquer um . Eu até lanço um desafio: eu disponibilizo o salário que eu ganho para qualquer profissional que queira me substituir por um mês, um veterinário. Eu deixo ele trabalhar e repasso o meu salário, para fazer o meu serviço e ver de perto como é a realidade. Qualquer um que quiser ir até o canil no domingo, fazer a limpeza e cuidar dos cachorros, como filantropia, por ir, podem ir e adotar quantos animais quiserem. O que não pode é em um domingo, quando não há ninguém trabalhando, fazer imagens tendenciosas e colocar inverdades nessas imagens. Existe a verdade, tinha sujeira, um bichinho estava morto, mas não havia um cachorro comendo o outro, ou cachorro passando fome. Não há esse caos que retrataram”.
Ouça a entrevista na íntegra.
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