Deputado alegou que sofria de dores crônicas relacionadas ao bruxismo
O deputado Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP) foi reembolsado em R$ 157 mil pela Câmara dos Deputados, referentes a um tratamento odontológico, a fim de corrigir um problema de articulação na mandíbula e reconstruir o sorriso com coroas e implantes. De acordo com reportagem do Estado de S. Paulo, Feliciano confirmou o valor do tratamento dentário e alegou que sofria de dores crônicas relacionadas ao bruxismo. “Não desejo para ninguém”, disse. “Sou político e pregador. Minha boca é minha ferramenta”, completou. O pedido de reembolso do parlamentar foi apresentado em abril à área de perícia da Casa, no entanto, foi rejeitado pela equipe técnica. Na avaliação inicial do setor, havia incompatibilidade entre os valores apresentados e os preestabelecidos pela Casa, além de problemas na descrição de parte dos procedimentos. Com laudo do dentista, Feliciano recorreu da decisão. A mesa diretora, formada por sete parlamentares, decidiu aprovar o reembolso o gasto. Todo deputado tem um plano médico ligado à Caixa Econômica Federal e despesas com serviços médicos quanto odontológicos podem ser reembolsadas. Conforme a reportagem, desde 2013, a Câmara passou a autorizar quase que automaticamente despesas de até R$ 50 mil. Os valores acima disso têm de passar por aprovação da Mesa Diretora, que ainda pode aprovar qualquer quantia. No ano passado, a Câmara desembolsou R$ 8 milhões em reembolso médico aos parlamentares.Feliciano reconheceu que o valor do seu tratamento ficou “caro”, mas declarou que "não há crime” no reembolso do tratamento. “É um tratamento caro, mas foi para saúde, e não para estética. Foi para poder trabalhar. Como sou empregado, e onde trabalho há esta alternativa, eu precisava do tratamento”, disse. O deputado passou pelo tratamento odontológico em uma clínica em Luziânia (GO), a 47 km de Brasília. “Esse é o procedimento mais avançado que a gente poderia gastar em odontologia. A gente quase que troca toda a boca da pessoa, sabe?”, afirmou o cirurgião-dentista Max Barbosa, responsável pelo tratamento. O profissional afirmou em sua conta no Facebook que atua como “dentist designer” e “mestre em implantes”. Em nota, a Câmara dos Deputados argumentou que o reembolso da despesa odontológica foi autorizado com base no Ato da Mesa 89/2013, que estabelece as normas para esse tipo de pagamento, e que o “parecer do departamento médico foi seguido em sua totalidade”.
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